quinta-feira, 22 de março de 2018
Dia da Poesia
Os alunos do 7º D, orientados pela professora Maria Barata, apresentaram o poema de Ghandi "À descoberta do Amor".
Dick Haskins
O nome era estrangeiro mas o homem era português. Chamava-se António Albuquerque e escreveu romances policiais. Morreu ontem, aos 88 anos.
Árvore Europeia 2018
Foi escolhida como Árvore Europeia 2018 um sobreiro que foi plantado em 1783. Fica em Águas de Moura, concelho de Palmela.
quarta-feira, 21 de março de 2018
Pássaros e árvores
As árvores que eu vejo em vez de fruto dão pássaros
Os pássaros são o fruto mais vivo das árvores
Os pássaros começam onde as árvores acabam
Os pássaros fazem cantar as árvores
Ao chegar aos pássaros as árvores engrossam movimentam-se
Deixam o reino vegetal para passar a pertencer ao reino animal
Como pássaros poisam as folhas na terra
Quando o Outono desce veladamente sobre os campos
Gostaria de dizer que os pássaros emanam das árvores
mas deixo essa forma de dizer ao romancista
é complicada e não se dá bem na poesia
não foi ainda isolada da filosofia
Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros
Quem é que lá os pendura nos ramos?
De quem é a mão a inúmera mão?
Eu passo e muda-se-me o coração.
Os pássaros são o fruto mais vivo das árvores
Os pássaros começam onde as árvores acabam
Os pássaros fazem cantar as árvores
Ao chegar aos pássaros as árvores engrossam movimentam-se
Deixam o reino vegetal para passar a pertencer ao reino animal
Como pássaros poisam as folhas na terra
Quando o Outono desce veladamente sobre os campos
Gostaria de dizer que os pássaros emanam das árvores
mas deixo essa forma de dizer ao romancista
é complicada e não se dá bem na poesia
não foi ainda isolada da filosofia
Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros
Quem é que lá os pendura nos ramos?
De quem é a mão a inúmera mão?
Eu passo e muda-se-me o coração.
Poema de Ruy Belo.
A tua voz de primavera
Manto de seda azul, o céu reflete
Quanta alegria na minha alma vai!
Tenho os meus lábios húmidos: tomai
A flor e o mel que a vida nos promete!
Sinfonia de luz meu corpo não repete
O ritmo e a cor dum mesmo desejo... olhai!
Iguala o sol que sempre às ondas cai,
Sem que a visão dos poentes se complete!
Meus pequeninos seios cor-de-rosa,
Se os roça ou prende a tua mão nervosa,
Têm a firmeza elástica dos gamos...
Para os teus beijos, sensual, flori!
E amendoeira em flor, só ofereço os ramos,
Só me exalto e sou linda para ti!
Quanta alegria na minha alma vai!
Tenho os meus lábios húmidos: tomai
A flor e o mel que a vida nos promete!
Sinfonia de luz meu corpo não repete
O ritmo e a cor dum mesmo desejo... olhai!
Iguala o sol que sempre às ondas cai,
Sem que a visão dos poentes se complete!
Meus pequeninos seios cor-de-rosa,
Se os roça ou prende a tua mão nervosa,
Têm a firmeza elástica dos gamos...
Para os teus beijos, sensual, flori!
E amendoeira em flor, só ofereço os ramos,
Só me exalto e sou linda para ti!
Poema de Florbela Espanca.
Como se fosse a primavera
De que
calada maneira
Você chega
assim sorrindo
Como se
fosse a primavera
Eu morrendo
E de que
modo sutil
Me derramou
na camisa
Todas as
flores de abril
Quem lhe
disse que eu era
Riso sempre
e nunca pranto?
Como se
fosse a primavera
Não sou
tanto
No entanto,
que espiritual
Você me dar
uma rosa
De seu rosal
principal
De que
calada maneira
Você chega
assim sorrindo
Como se
fosse a primavera
Eu morrendo
Eu morrendo
Poema de Chico Buarque.
quinta-feira, 15 de março de 2018
A lição de Stephen Hawking
Carlos Fiolhais disse numa entrevista ao jornal Público que a maior lição de Stephen Hawking foi ensinar-nos a ignorar o fim.
Podes ler a entrevista aqui.
Podes ler a entrevista aqui.
quinta-feira, 8 de março de 2018
Mulher triste
Vestiu-se para um baile que não há.
Sentou-se com suas últimas jóias.
E olha para o lado, imóvel.
Está vendo os salões que se acabaram,
embala-se em valsas que não dançou,
levemente sorri para um homem.
O homem que não existiu.
Se alguém lhe disser que sonha,
levantará com desdém o arco das sobrancelhas,
Pois jamais se viveu com tanta plenitude.
Mas para falar de sua vida
tem de abaixar as quase infantis pestanas,
e esperar que se apaguem duas infinitas lágrimas.
O poema é de Cecília Meireles e a imagem de John Lautermilch.
Sentou-se com suas últimas jóias.
E olha para o lado, imóvel.
Está vendo os salões que se acabaram,
embala-se em valsas que não dançou,
levemente sorri para um homem.
O homem que não existiu.
Se alguém lhe disser que sonha,
levantará com desdém o arco das sobrancelhas,
Pois jamais se viveu com tanta plenitude.
Mas para falar de sua vida
tem de abaixar as quase infantis pestanas,
e esperar que se apaguem duas infinitas lágrimas.
O poema é de Cecília Meireles e a imagem de John Lautermilch.
Luísa
Luísa sobe,
sobe a calçada,
sobe e não pode
que vai cansada.
Sobe, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe
sobe a calçada.
Saiu de casa
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
sobe a calçada,
sobe e não pode
que vai cansada.
Sobe, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe
sobe a calçada.
Saiu de casa
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Poema de António Gedeão e imagem do pintor espanhol Marc Figueras.
Morena
Tu és a mais rara
De todas as rosas;
E as coisas mais raras
São mais preciosas.
Há rosas dobradas
E há-as singelas;
Mas são todas elas
Azuis, amarelas,
De cor de açucenas,
De muita outra cor;
Mas rosas morenas,
Só tu, linda flor.
O poema é de Guerra Junqueiro e a imagem do pintor indiano S. Ilayaraja.
De todas as rosas;
E as coisas mais raras
São mais preciosas.
Há rosas dobradas
E há-as singelas;
Mas são todas elas
Azuis, amarelas,
De cor de açucenas,
De muita outra cor;
Mas rosas morenas,
Só tu, linda flor.
O poema é de Guerra Junqueiro e a imagem do pintor indiano S. Ilayaraja.
segunda-feira, 5 de março de 2018
A morte das livrarias
A propósito do fecho de algumas livrarias, José Pacheco Pereira escreveu:
as livrarias “estão demasiado acompanhadas pela morte de
muitas outras coisas, do valor do conhecimento, do silêncio, do tempo lento, da
leitura, da verdade factual, e da usura da democracia”.
Podes ler todo o artigo aqui.
quinta-feira, 1 de março de 2018
Chuva
Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem; cada um como é.
Alberto Caeiro, "Poemas Inconjuntos"
Ambos existem; cada um como é.
Alberto Caeiro, "Poemas Inconjuntos"
Chuva de março
Em março cada dia chove um pedaço.
Provérbio popular. A imagem é do pintor russo Ivan Shishkin (1832-1898).
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