Guia da BE

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Ainda o 25 de Abril

A Hemeroteca Municipal de Lisboa disponibiliza um dossier sobre o 25 de Abril que podes consultar aqui.

domingo, 27 de abril de 2014

Morte de um poeta

quando eu morrer murmura esta canção
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.

quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz do nosso amor como se não

tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão. 

Soneto do amor e da morte, de Vasco Graça Moura 1942-2014.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Abril de Abril

Era um Abril de amigo Abril de trigo
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.

Era um Abril comigo Abril contigo
ainda só ardor e sem ardil
Abril sem adjectivo Abril de Abril.

Era um Abril na praça Abril de massas
era um Abril na rua Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.

Abril de vinho e sonho em nossas taças
era um Abril de clava Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.

Era um Abril viril Abril tão bravo
Abril de boca a abrir-se Abril palavra
esse Abril em que Abril se libertava.

Era um Abril de clava Abril de cravo
Abril de mão na mão e sem fantasmas
esse Abril em que Abril floriu nas armas.


Manuel Alegre

Grândola


Há 40 anos foi o sinal da revolução...

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Trova do vento que passa

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de sevidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre cantado por Adriano Correia de Oliveira: 

Portugal antes do 25 de Abril

A ditadura do Estado Novo vista por Abel Manta.
         O fado...
        
        Fátima e futebol...

          O prisioneiro e a polícia...

        Salazar...

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Dia do livro

A Fnac celebra o dia mundial do livro com a oferta para download dos contos de Eça de Queiroz. Podes ver aqui.

Dia mundial do livro

Os livros são o alimento de juventude.
Palavras escritas há mais de 2000 anos em Roma, por Marco Túlio Cícero.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Canção da Terra

Canção Mínima

No mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta.

E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,

entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta.

Poema de Cecília Meireles a propósito do Dia da Terra.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Ainda Gabriel

O jornal colombiano El Espectador tem um dossier especial sobre Gabriel García Márquez que podes ver aqui.

Imagens do passado

A British Pathé disponibiliza filmes dos seus arquivos do séc. XX no Youtube. Escolhemos este, o do primeiro telefone móvel...

Rede de Bibliotecas Escolares



Manuela Santos Silva é a a nova Coordenadora da Rede de Bibliotecas Escolares.

domingo, 20 de abril de 2014

Domingo de Páscoa

Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio
E suportar é o tempo mais comprido.

Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só de Teus olhares me purifique e acabe.

Há muitas coisas que não quero ver.

Peço-Te que sejas o presente.
Peço-Te que inundes tudo.
E que o Teu reino antes do tempo venha
E se derrame sobre a Terra

Em Primavera feroz precipitado.

sábado, 19 de abril de 2014

Sábado de aleluia

Tu morreste por nós na cruz da afronta
E o sangue derradeiro
Derramaste do alto do madeiro,
Jesus, filho de Deus, Deus Verdadeiro
Aos crimes do homem não lançaste a conta
Inocente cordeiro
Quando foste no alto do madeiro
Lavar com sangue o último e o primeiro.

Poema de Almeida Garrett e pintura de Rogier van der Weyden.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Morte na cruz

O Último Golpe de Lança

Quando Ele enfim morrendo, Ele, o cordeiro,
rola mansa no ar calado e imundo,
pendeu, bem como um lírio moribundo,
sobre a haste do trágico madeiro…

quando, lançando o espirito profundo,
ao reino belo, grande, verdadeiro.
caiu enfim chagado, justiceiro,
ainda, ainda perdoando ao mundo …

um soldado romano vendo-o exposto,
e já morto na Cruz, lívido o rosto,
com um golpe de lança o trespassou.

Saiu daquela chaga sangue e água:
— Sangue que inda quis dar a tanta mágoa.
— Água de pranto ainda que chorou.

Poema de Gomes Leal e pintura de Rogier van der Weyden.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Gabriel

La vida es la cosa mejor que se ha inventado.
A vida é a melhor coisa já inventada.

Gabriel García Márquez, 1927-2014.

Escrita premiada

Bruno Vieira Amaral foi distinguido com o prémio da revista Time Out para o livro do ano.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Guardador de rebanhos


Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.


Poesia de Alberto Caeiro, "nascido" a 16 de Abril de 1889. 
A pintura é de Silva Porto.

terça-feira, 15 de abril de 2014

A voz dos deuses

"Mas a voz dos deuses é que decide o destino dos homens, mesmo quando estes não lhe dão ouvidos."
As palavras são de João Aguiar que neste romance conta a história de Viriato e das suas lutas contra os Romanos.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Adeus Adrian

Morreu Sue Townsend, a criadora de Adrian Mole, o adolescente anti-herói que marcou os anos 80. 

terça-feira, 1 de abril de 2014

Sopa de letras

Era uma vez um menino
que não queria sopa de letras.
Podiam lá estar coisas bonitas escritas,
mas para ele era tudo tretas...

Assim começa o poema "A sopa de letras" de Manuel António Pina, tirado do livro "O pássaro da cabeça e mais versos para crianças". Mais uma novidade que encontras na BE!
A imagem é do pintor francês Fernand Léger.