Guia da BE

Mostrar mensagens com a etiqueta Sophia de Mello Breyner Andresen. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Sophia de Mello Breyner Andresen. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 26 de abril de 2023

Liberdade

Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.

Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen com imagem de Roque Gameiro. 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Juntos

Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei.

Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso

Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen com imagem de James Coates.

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Recordar Sophia


 No mar não há primavera nem outono. No mar o tempo não morre.

As palavras são de Sophia Mello Breyner Andresen com imagem de Hokusai.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Sophia em exposição

Até 1 de fevereiro ainda podes ver uma exposição sobre Sophia de Melo Breyner Andresen na Biblioteca Nacional.

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

100 anos de Sophia

 
Estão em exposição na nossa biblioteca ilustrações de alunos do 6º ano sobre a obra de Sophia de Mello Breyner Andresen.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Espero por ti

Espero sempre por ti o dia inteiro,
Quando na praia sobe, de cinza e oiro,
O nevoeiro
E há em todas as coisas o agoiro 
De uma fantástica vinda.

Sophia de Mello Breyner Andresen.

Sophia

A Biblioteca Nacional tem disponível on-line uma exposição sobre Sophia de Mello Breyner Andresen que podes ver aqui.

Sophia

Mesmo que eu morra o poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas. 

quinta-feira, 21 de março de 2019

As rosas

Quando à noite desfolho e trinco as rosas
É como se prendesse entre os meus dentes
Todo o luar das noites transparentes,
Todo o fulgor das tardes luminosas,
O vento bailador das Primaveras,
A doçura amarga dos poentes,
E a exaltação de todas as esperas.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Sophia e o mar


A minha vida é o mar o abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita

Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará

Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento

A terra o sol o vento o mar
São a minha biografia e são meu rosto

Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento

E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada
Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen, nascida no Porto a 6 de novembro de 1919. Pintura de Salvador Dali.



quinta-feira, 26 de abril de 2018

25 de Abril


25 de Abril

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.

Sophia de Mello Breyner Andresen

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Homenagem a Sophia

A escritora Sophia de Mello Breyner Andresen vai ser homenageada hoje, num Porto de Encontro, na Casa da Música.
A nossa homenagem fica com este poema, "Esta gente":
Esta gente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras vezes tosco

Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis

Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre

Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É a gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome

E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada

Meu canto se renova
E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
E de um tempo justo

sábado, 8 de março de 2014

Porque...

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.


Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004).