Guia da BE

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Maio maduro maio...


Maio maduro Maio
Quem te pintou
Quem te quebrou o encanto
Nunca te amou
Raiava o Sol já no Sul
E uma falua vinha
Lá de Istambul.
Sempre depois da sesta
Chamando as flores
Era o dia da festa
Maio de amores
Era o dia de cantar
E uma falua andava
Ao longe a varar
Maio com meu amigo
Quem dera já
Sempre depois do trigo
Se cantará
Qu'importa a fúria do mar
Que a voz não te esmoreça
Vamos lutar


Numa rua comprida
El-rei pastor
Vende o soro da vida
Que mata a dor
Venham ver, Maio nasceu
Que a voz não te esmoreça
A turba rompeu


O poema é de Zeca Afonso e a pintura de Monet.
 

Arquiteto premiado

O arquiteto Eduardo Souto de Moura foi premiado na Bienal de Arquitetura de Veneza pela obra de reconversão de um Monte agrícola do séc. XIX em hotel.

Feira do livro de Lisboa

Podes saber mais aqui.

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Philip Roth

Philip Roth (1933-2018) fica para a história como um dos grandes escritores americanos.
Vencedores do Pulitzer, do National Book Award e do Man Booker International, entre outros prémios, os livros de Roth são inspirados na vida familiar judaica e nos ideais americanos. 

Escritor premiado

José Pacheco Pereira foi distinguido com o Prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores.


Júlio Pomar




Estas são algumas obras que mostram a diversidade da obra de Júlio Pomar (1926-2018).

Prémio Camões

O escritor cabo-verdiano Germano Almeida venceu o Prémio Camões 2018.
Uma das obras mais conhecidas é O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Maio de 68

Foi há 50 anos em França que os jovens se revoltaram contra o poder.
Podes saber mais aqui sobre a revolução de 68.
Para saberes como se vivia em Portugal em 1968 lê este texto.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Realizador premiado

João Salaviza e Renée Nader Messora, são a dupla luso-brasileira que venceu o Prémio Especial do Júri na mostra Un Certain Regard.
Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos é uma longa metragem sobre os índios brasileiros da etnia Krahô.



quinta-feira, 17 de maio de 2018

ARCOlisboa 2018

Para quem gosta de arte moderna, a ARCOlisboa 2018 está aberta até 20 de maio. Podes saber mais aqui.

Tom Wolfe

A Fogueira das Vaidades foi o romance que marcou os anos 80. O autor morreu no passado 14 de maio.

Filme premiado

O filme Diamantino venceu o Grande Prémio da Semana da Crítica no Festival de Cannes. Conta a história de Diamantino, uma superestrela do futebol que cai em desgraça.
É uma coprodução entre Portugal, França e Brasil.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Escritor premiado

José Jorge Letria foi premiado no Brasil pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, na categoria de Literatura em Língua Portuguesa.
Este livro tem como coautor o brasileiro José Santos e como ilustradores Guazelli e Cátia Vidinhas.

Livros....

Parece uma livraria, mas não é...
Chama-se The Literary Man e é um hotel situado em Óbidos, dedicado aos livros. 

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Palavras para minha mãe


mãe, tenho pena. esperei sempre que entendesses
as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz.
sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.

pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste
tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te
desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.

às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo,
a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia
mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.

lê isto: mãe, amo-te.

eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não
escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que
não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não
as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes. 

O poema é de José Luís Peixoto e a pintura de Li Zijian.

Para sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho. 



O poema é de Carlos Drummond de Andrade e a pintura de George Kotsanis.

Escritor premiado

Jorge Molist foi o vencedor do Prémio Fernando Lara 2018 com o romance histórico Canción de Sangre y Oro.
Em Portugal estão editados:




Escritor premiado

Basilio Losada Castro venceu o Prémio Eduardo Lourenço 2018, reconhecendo o seu mérito como filólogo e investigador das línguas e culturas portuguesa e galega.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Maio de Minha Mãe

Maio de Minha Mãe

O primeiro de Maio de minha Mãe
Não era social, mas de favas e giestas.
Uma cadeira de pau, flor dos dedos do Avô
— Polimento, esquadria, engrade, olhá-la ao longe —
Dava assento a Florália, o meu primeiro amor.

Já não se usa poesia descritiva,
Mas como hei-de falar da Maromba de Maio
Ou, se era macho, do litro de vinho na sua mão?
O primeiro de Maio nas Ilhas, morno como uma rosa,
Algodoado de cúmulos, lento no mar e rapioqueiro
Como Baco em Camões,
Límpido de azeviche
E, afinal de contas, do ponto de vista proletário,
Mais de mãos na algibeira do que Lenine em Zurich.
(Porque foi por esta época: eu é que não sabia!)

A minha Maromba tinha barriga de palha como as massas
E a foice roçadoira da erva das cabras do Ribeiro
Que se pegou, esquecida, no banco do martelo de meu Avô
Cujas quedas iguais, gravíficas, profundas

Muito prego em cunhal deixaram,
Muita madeira emalhetaram,
Muita estrela atraíram ao bico da foice do Ribeiro
Nas noites de luar em que roçava erva às cabras.
Favas de Maio do meu tempo!
Havia poder popular
Nas mãos de minha mãe, que as descascava como flores
E flores eram de si, na flórea abada
Como se já guardassem flor de laranjeira e açaflor
Nas suas intenções de Maio 1918, para as depor
(Nem pensada sequer) na fronte à minha amada. 


O poema é de Vitorino Nemésio e a pintura da dinamarquesa Anna Ancher.

Escritor premiado

Mário Cláudio venceu o Prémio Literatura Associação Portuguesa de Escritores/Câmara Municipal de Loulé, com a obra A Alma Vagueante.

Maio

Maio pardo, ano farto.


Provérbio popular e pintura de Van Gogh.