Das prensas
dos martelos das bigornas
das foices
dos arados das charruas
das alfaias
dos cascos das dornas
é que nasce
a canção que anda nas ruas.
Um povo não
é livre em águas mornas
não se abre
a liberdade com gazuas
à força do
teu braço é que transformas
as fábricas
e as terras que são tuas
Abre os
olhos e vê. Sê vigilante
a reacção
não passará diante
do teu punho
fechado contra o medo.
Levanta-te
meu povo. Não é tarde.
Agora é que
o mar canta é que o sol arde
pois quando
o povo acorda é sempre cedo.
O poema é de Ary dos Santos, que morreu há 30 anos.
É de Ary dos Santos a letra do fado "Os putos", cantado por Carlos do Carmo:
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