Guia da BE

sábado, 31 de maio de 2014

Prémio Camões 2014

Respiro e Vejo

Respiro e vejo. A noite e cada sol
vão rompendo de mim a todo o instante,
tarde e manhã que são tecido tempo,
chuva e colheita. O céu, repouso e vento.

Vergel de aves. Vou entre viveiros,
a caçar com o olhar, passarinhagem
dos pequeninos sóis e das estrelas
que emigram neste céu de goiabeiras.

mas sigo a jardinagem, podo o tempo,
o desgosto do espaço, a sombra e o fogo,
as florações da luz e da cegueira.

E, no dia, suspensa cachoeira,
neste jogo sagrado, vivo e vejo
o que veio em meus olhos desenhado.

Poema de Alberto da Costa e Silva, Prémio Camões 2014.
Podes saber mais sobre este autor aqui.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Dia da espiga

Tudo vai colher ao campo
Quinta-feira d'Ascensão,
trigo, papoila, oliveira.
p'ra que Deus dê paz e pão.

Quadra popular.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Portugal e a Grande Guerra

Para ver na Biblioteca Nacional, até 31 de Julho.
Podes saber mais aqui.

Biblioburro

Na Colômbia nasceu há dez anos uma biblioteca diferente: um professor primário leva os livros às crianças das aldeias, carregando-os nos seus burros chamados Alfa e Beto.
Esta ideia já se estendeu a outros países como Timor-Leste e Etiópia.
Podes saber mais aqui.

Feira do livro de Lisboa

Começa amanhã a feira do livro de Lisboa.

sábado, 24 de maio de 2014

Golo!

O gol

A esfera desce
Do espaço
Veloz
Ele a apara
No peito
E a pára
No ar
Depois
Com o joelho
A dispõe à meia
Altura onde
Iluminada
A esfera espera
O chute
Que
Num relâmpago
A dispara
Na direção
Do nosso
Coração.

Poema do brasileiro Ferreira Gullar.

Futebol

Futebol se joga no estádio?
Futebol se joga na praia,
futebol se joga na rua,
futebol se joga na alma.
A bola é a mesma: forma sacra
para craques e pernas-de-pau.
Mesma a volúpia de chutar
na delirante copa-mundo
ou no árido espaço do morro.
São voos de estátuas súbitas,
desenhos feéricos, bailados
de pés e troncos entrançados.
Instantes lúdicos: flutua
o jogador, gravado no ar
— afinal, o corpo triunfante
da triste lei da gravidade.

Poema de Carlos Drumond de Andrade

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Livraria

A Fyodor Books é uma livraria dedicada aos livros usados.
Podes saber mais aqui.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Maio

Maio frio e Junho quente: bom pão, vinho valente.

Provérbio popular e pintura de Henri Horace Roland de La Porte (1724-1793).

Quino

Joaquín Salvador Lavado Tejón, é mais conhecido como Quino, o criador da Mafalda. Ganhou o prémio Príncipe das Astúrias na categoria de comunicação e humanidades 2014.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

terça-feira, 20 de maio de 2014

Arte e livros



A artista russa Ekaterina Panikova usa livros e cadernos antigos para criar as suas obras.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Museu de animação

Abriu ontem a Casa Museu de Vilar, em Lousada, dedicada às imagens em movimento. Os cineastas Abi Feijó e Regina Pessoa estão por trás deste projecto.

Mário de Sá-Carneiro

Quase
Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

Num ímpeto difuso se quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...

Desenho de Almada Negreiros e poema de Sá-Carneiro, nascido há 124 anos.

sábado, 17 de maio de 2014

Noite dos museus


Alguns museus portugueses comemoram a Noite Europeia dos Museus com actividades nocturnas.

sábado, 10 de maio de 2014

A janela de Saramago

Livro de fotografias de João Francisco Vilhena sobre Saramago. Apresentado hoje no festival LeV - Literatura em Viagem.

Literatura em viagem

Festival de Literatura em Viagem, a decorrer até amanhã em Matosinhos. José Rentes de Carvalho é o escritor homenageado.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

A gaveta do fundo

Prémio melhor livro de poesia da Sociedade Portuguesa de Autores.
Podes saber mais sobre o autor aqui.

Arte de gritar

Quisera dizer coisas
que ninguém tivesse dito antes de mim.

Deixar uma pegada sobre areia intacta,
não sobre outras pegadas que já houvesse lá.

Mas cheguei tarde; os que me precederam
no exercício desta arte de gritar

amavam a minúcia, a completude,
nunca deixavam uma tarefa a meio.

Disseram tudo. Deixaram só migalhas susceptíveis
de glosas rasteiras, para eu me entreter

como uma criança pobre brinca com destroços
de brinquedos recuperados do lixo.

E eu digo essas migalhas como quem
escreve a terra em laudas rasuradas.

E escrevê-las-ei mesmo quando
não tenha língua já para as dizer.

(Os poetas entendem-me estes mansos
trocadilhos. Outros não importa.)

Poema de António M. Pires Cabral, visto aqui. Podes saber mais sobre o autor aqui.

O Senhor Pina

Prémio para melhor livro infanto-juvenil da Sociedade Portuguesa de Autores. Podes saber mais sobre este livro aqui.

Para onde vão os guarda-chuvas

O Prémio de ficção da Sociedade Portuguesa de Autores foi atribuído a Afonso Cruz.

É a guerra

A Bertrand reeditou "É a guerra", o diário em que Aquilino Ribeiro fala do início da I Guerra Mundial (1914-1918).
Podes saber mais sobre Aquilino aqui e aqui.

Filhos da revolução

O jornal El País publicou um artigo sobre a literatura portuguesa, destacando os "netos literários" de Saramago. Podes ler aqui, em espanhol.