quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Reportagem
O Natal Na BE teve uma árvore e um presépio feitos de materiais reciclados. Agradecemos a contribuição da Profª Antónia Cid e das nossas assistentes operacionais, Ana Paula e Lívia.
Desassossego na Biblioteca
Amanhã, às 18 e 30, na Biblioteca Nacional, uma conferência sobre Fernando Pessoa e o Livro do Desassossego.
domingo, 25 de janeiro de 2015
Biblioteca de Fernando Pessoa
A Casa Fernando Pessoa tem disponível online algumas obras da biblioteca pessoal do poeta. Podes consultá-las aqui.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
Recordar
Brinquedo
E um menino de bibe
E a estrela ia subindo, azul e amarela,
Presa pelo cordel à sua mão.
E o menino, ao vê-la assim, sorriu
E cortou-lhe o cordel.
Poema de Miguel Torga, falecido a 17 de janeiro de 1995; imagem vista aqui.
Foi um sonho
que eu tive:
Era uma
grande estrela de papel,
Um cordelE um menino de bibe
O menino
tinha lançado a estrela
Com ar de
quem semeia uma ilusãoE a estrela ia subindo, azul e amarela,
Presa pelo cordel à sua mão.
Mas tão alto
subiu
Que deixou
de ser estrela de papel.E o menino, ao vê-la assim, sorriu
E cortou-lhe o cordel.
Autobiografia
André
No dia 14 dezembro de 2000, nasceu uma pessoa chamada André Filipe L. M. que, para quem não sabe, sou eu.
No dia 14 dezembro de 2000, nasceu uma pessoa chamada André Filipe L. M. que, para quem não sabe, sou eu.
O meu irmão
nasceu a 23 de abril de 2005 e, tenho de ser sincero, a única coisa de que me
lembro desse dia é de ter ido à FNAC (não faz mal um bocadinho de publicidade)
comprar um jogo de computador que, só para referência, foi o Zoo Tycoon 2.
Para entrar
no infantário, mudei-me para casa da minha avó, onde ainda moro.
Por volta
dos dez anos, os meus pais separaram-se e saíram os dois de casa. Por alguma razão,
falar deste assunto não me custa nada, ao contrário do que acontece com algumas
pessoas.
A minha vida
é tão extremamente interessante que daria para fazer dois livros e
meio, de tal modo que já só tenho a salientar que a minha avó me acha um
coração de pedra, insensível, sem sentimentos que não quer saber de nada nem de
ninguém (coisa que é parcialmente mentira). Também tenho uma prima com menos de
seis meses (não sei precisar).
Texto do aluno do 9º C, imagem vista aqui.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
Nostalgia de poeta
Nostalgia
Perder uma fotografia
é perder
um momento
duas vezes.
Poema de Daniel Jonas, candidato ao Prémio de Poeta Europeu da Liberdade.
Perder uma fotografia
é perder
um momento
duas vezes.
Poema de Daniel Jonas, candidato ao Prémio de Poeta Europeu da Liberdade.
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
O Natal dos Simples
Cantar as janeiras com Zeca Afonso:
Cantar as janeiras
Ó de casa,
alta nobreza,
Mandai-nos abrir a porta,
Ponde a toalha na mesa
Com caldo quente da horta!
Teni, ferrinhos de prata,
Ao toque desta sanfona!
Trazemos ovos de prata
Fresquinhos, prá vossa dona.
Senhora dona de casa,
À ilharga do seu Joaquim,
Vermelha como uma brasa
E alva como um jasmim!
Vimos honrar a Jesus
Numas palhinhas deitado:
O candeio está sem luz
Numa arribana de gado.
Mas uma estrela dianteira
Arde no céu, que regala!
A palha ficou trigueira,
Os pastorinhos sem fala.
Dá-lhe calorzinho a vaca,
O carvoeiro uma murra,
A velha o que traz na saca,
Seus olho mansos a burra.
Já as janeiras vieram,
Os Reis estão a chegar,
Os anos amadurecem:
Estamos para durar!
Já lá vem Dom Melchior
Sentado no seu camelo
Cantar as loas de cor
Ao cair do caramelo.
O incenso, mirra e oiro,
Que cheirais e luzis tanto,
Não valeis aquele tesoiro
Do nosso Menino santo!
Abride a porta ao peregrino,
Que vem de num longe, à neve,
De ver nascer o Menino
Nas palhinhas do preseve.
Acabou-se esta cantiga,
Vamos agora à chacota:
Já enchemos a barriga,
Sigamos nossa derrota!
Rico vinho, santa broa
Calça o fraco, veste os nus!
Voltaremos a Lisboa
Pró ano, querendo Jesus.
Mandai-nos abrir a porta,
Ponde a toalha na mesa
Com caldo quente da horta!
Teni, ferrinhos de prata,
Ao toque desta sanfona!
Trazemos ovos de prata
Fresquinhos, prá vossa dona.
Senhora dona de casa,
À ilharga do seu Joaquim,
Vermelha como uma brasa
E alva como um jasmim!
Vimos honrar a Jesus
Numas palhinhas deitado:
O candeio está sem luz
Numa arribana de gado.
Mas uma estrela dianteira
Arde no céu, que regala!
A palha ficou trigueira,
Os pastorinhos sem fala.
Dá-lhe calorzinho a vaca,
O carvoeiro uma murra,
A velha o que traz na saca,
Seus olho mansos a burra.
Já as janeiras vieram,
Os Reis estão a chegar,
Os anos amadurecem:
Estamos para durar!
Já lá vem Dom Melchior
Sentado no seu camelo
Cantar as loas de cor
Ao cair do caramelo.
O incenso, mirra e oiro,
Que cheirais e luzis tanto,
Não valeis aquele tesoiro
Do nosso Menino santo!
Abride a porta ao peregrino,
Que vem de num longe, à neve,
De ver nascer o Menino
Nas palhinhas do preseve.
Acabou-se esta cantiga,
Vamos agora à chacota:
Já enchemos a barriga,
Sigamos nossa derrota!
Rico vinho, santa broa
Calça o fraco, veste os nus!
Voltaremos a Lisboa
Pró ano, querendo Jesus.
Poema de Vitorino Nemésio.
Reis Magos
Diz a
Sagrada Escritura
Que, quando Jesus nasceu,
No céu, fulgurante e pura,
Uma estrela apareceu.
Que, quando Jesus nasceu,
No céu, fulgurante e pura,
Uma estrela apareceu.
Estrela nova
… Brilhava
Mais do que as outras; porém
Caminhava, caminhava
Para os lados de Belém.
Mais do que as outras; porém
Caminhava, caminhava
Para os lados de Belém.
Avistando-a,
os três Reis Magos
Disseram: “Nasceu Jesus!”
Olharam-na com afagos,
Seguiram a sua luz.
Disseram: “Nasceu Jesus!”
Olharam-na com afagos,
Seguiram a sua luz.
E foram
andando, andando,
Dia e noite a caminhar;
Viam a estrela brilhando,
sempre o caminho a indicar.
Dia e noite a caminhar;
Viam a estrela brilhando,
sempre o caminho a indicar.
Ora, dos
três caminhantes,
Dois eram brancos: o sol
Não lhes tisnara os semblantes
Tão claros como o arrebol
Dois eram brancos: o sol
Não lhes tisnara os semblantes
Tão claros como o arrebol
Era o
terceiro somente
Escuro de fazer dó …
Os outros iam na frente;
Ele ia afastado e só.
Escuro de fazer dó …
Os outros iam na frente;
Ele ia afastado e só.
Nascera
assim negro, e tinha
A cor da noite na tez :
Por isso tão triste vinha …
Era o mais feio dos três!
A cor da noite na tez :
Por isso tão triste vinha …
Era o mais feio dos três!
Andaram. E,
um belo dia,
Da jornada o fim chegou;
E, sobre uma estrebaria,
A estrela errante parou.
Da jornada o fim chegou;
E, sobre uma estrebaria,
A estrela errante parou.
E os Magos
viram que, ao fundo
Do presépio, vendo-os vir,
O Salvador deste mundo
Estava, lindo, a sorrir
Do presépio, vendo-os vir,
O Salvador deste mundo
Estava, lindo, a sorrir
Ajoelharam-se,
rezaram
Humildes, postos no chão;
E ao Deus-Menino beijaram
A alava e pequenina mão.
Humildes, postos no chão;
E ao Deus-Menino beijaram
A alava e pequenina mão.
E Jesus os
contemplava
A todos com o mesmo amor,
Porque, olhando-os, não olhava
A diferença da cor …
A todos com o mesmo amor,
Porque, olhando-os, não olhava
A diferença da cor …
A imagem é de Edward Burne-Jones e o poema de Olavo Bilac.
Subscrever:
Mensagens (Atom)