Devia ser neve humana
A que caía no mundo
Nessa noite de amargura
Que se foi fazendo doce…
Um frio que nos pedia
Calor irmão, nem que fosse
De bichos de estrebaria.
O poema é de Miguel Torga e a pintura do inglês Andrew Gadd.
terça-feira, 18 de dezembro de 2018
sexta-feira, 14 de dezembro de 2018
Este menino
Este Menino
é pequenino,
qual passarinho
a querer poisar
devagarinho.
Devagarinho
poisa no ninho
que o colo tem:
é pequenino,
qual passarinho
a querer poisar
devagarinho.
Devagarinho
poisa no ninho
que o colo tem:
ninho do colo
da sua mãe.
O poema é de Maria Alberta Menéres e a pintura do italiano Natale Schiavoni (1777-1858) .
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
Ulisses
Parabéns pelo trabalho apresentado!
Estranhos natais
Há natais diferentes, como o de Jack, filme projetado esta semana na BE, no âmbito do Plano Nacional de Cinema.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2018
A noite de Natal
A noite de Natal
Em a noite de Natal
Alegram-se os pequenitos;
Pois sabem que o bom Jesus
Costuma dar-lhes bonitos.
Alegram-se os pequenitos;
Pois sabem que o bom Jesus
Costuma dar-lhes bonitos.
Vão se deitar os lindinhos
Mas nem dormem de contentes
E somente às dez horas
Adormecem inocentes.
Mas nem dormem de contentes
E somente às dez horas
Adormecem inocentes.
Perguntam logo à criada
Quando acorde de manhã
Se Jesus lhes não deu nada.
Quando acorde de manhã
Se Jesus lhes não deu nada.
– Deu-lhes sim, muitos bonitos.
– Queremo-nos já levantar
Respondem os pequenitos.
– Queremo-nos já levantar
Respondem os pequenitos.
Poema de Mário de Sá Carneiro e imagem do pintor russo Sergei Dunchev (1916-2004) vista aqui.
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
Palhinhas
Qualquer
filho de homem pobre
Nasce num
céu de cortinas.
Só tu,
Menino Jesus,
Nasceste numas palhinhas.
Quadra popular alentejana e pintura de Walter Rane.
Nasceste numas palhinhas.
Quadra popular alentejana e pintura de Walter Rane.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2018
Espírito de Natal
E como o Natal já está perto, deixamos a sugestão de leitura de um dos grandes clássicos sobre a época. Foi escrito por Charles Dickens e publicado em 1843.
O tempo é curto
O tempo corre, o tempo é curto: preciso me apressar, mas ao mesmo tempo viver como se esta minha vida fosse eterna.
A frase é da escritora Clarice Lispector, nascida há 98 anos.
A frase é da escritora Clarice Lispector, nascida há 98 anos.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
Escritor premiado
O escritor moçambicano Aurélio Furdela venceu o Prémio Literário Imprensa Nacional Casa da Moeda/Eugénio Lisboa, com a obra Saga d'Ouro.
quinta-feira, 29 de novembro de 2018
A escola e o cinema
A nossa escola aderiu ao Plano Nacional de Cinema. Já no próximo mês podes ver filmes na biblioteca.
Esperamos por ti!
Esperamos por ti!
Biblioteca extraordinária
Parece uma nave espacial mas é uma biblioteca chinesa, Tianjin Binhai. Foi desenhada por arquitetos holandeses, com formas orgânicas que lembram um olho.
quinta-feira, 22 de novembro de 2018
Poetisa premiada
A poetisa uruguaia Ida Vitale foi a vencedora do Prémio Cervantes 2018, um dos mais importantes da literatura em castelhano.
Poeta desaparecido
Nas mãos sinto a luz
Nas mãos sinto a luz, a êxul luz
que vem das paliçadas da mansão,
a luz azul em clarificada zona então
aproxima de mim o seu facho de horizonte.
E logo eu a lembrar o querido monte
em que pousada estava sobracente a ramaria,
e logo eu então a pedir à maresia
que nos brilhos unos do futuro aproximasse
esse rumor de aves onde os raios enfeitasse
e eu oco no caminho que me guia
contivesse as minhas mágoas do passado,
e surgisse ali a minha alma em fogo-fátuo
estivesse eu em toda a dimensão do brusco
a nascer das folhas com a boca em luz arado.
Poema de Alexandre Vargas (1952-2018).
que vem das paliçadas da mansão,
a luz azul em clarificada zona então
aproxima de mim o seu facho de horizonte.
E logo eu a lembrar o querido monte
em que pousada estava sobracente a ramaria,
e logo eu então a pedir à maresia
que nos brilhos unos do futuro aproximasse
esse rumor de aves onde os raios enfeitasse
e eu oco no caminho que me guia
contivesse as minhas mágoas do passado,
e surgisse ali a minha alma em fogo-fátuo
estivesse eu em toda a dimensão do brusco
a nascer das folhas com a boca em luz arado.
quarta-feira, 14 de novembro de 2018
quinta-feira, 8 de novembro de 2018
Sophia e o mar
A minha vida é o mar o abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita
Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará
Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento
A terra o sol o vento o mar
São a minha biografia e são meu rosto
Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento
E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita
Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará
Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento
A terra o sol o vento o mar
São a minha biografia e são meu rosto
Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento
E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada
Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen, nascida no Porto a 6 de novembro de 1919. Pintura de Salvador Dali.
quarta-feira, 31 de outubro de 2018
Escritora premiada
Ana Margarida de Carvalho venceu o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco com o livro Pequenos Delírios Domésticos.
quinta-feira, 25 de outubro de 2018
Escritor premiado
António Lobo Antunes recebeu o Prémio Bottari Lattes Grinzane 2018. Além disso a Universidade de Milão inaugurou segunda feira uma cátedra com o nome do escritor.
quinta-feira, 18 de outubro de 2018
Outubro
Outubro meio chuvoso, torna o lavrador venturoso.
Provérbio popular com imagem do pintor irlandês Stanhope Alexander Forbes (1857-1947).
Provérbio popular com imagem do pintor irlandês Stanhope Alexander Forbes (1857-1947).
quinta-feira, 11 de outubro de 2018
Outono
Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.
Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.
Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta.
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.
Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.
Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta.
O poema é de Fernando Pessoa e a imagem do pintor alemão Walter Moras (1856-1925).
quinta-feira, 14 de junho de 2018
Dia de verão
Como quem
num dia de Verão abre a porta de casa
E espreita
para o calor dos campos com a cara toda,
Às vezes, de
repente, bate-me a Natureza de chapa
Na cara dos
meus sentidos,
E eu fico
confuso, perturbado, querendo perceber
Não sei bem
como nem o quê...
Mas quem me
mandou a mim querer perceber?
Quem me
disse que havia que perceber?
Quando o
Verão me passa pela cara
A mão leve e
quente da sua brisa,
Só tenho que
sentir agrado porque é brisa
Ou que
sentir desagrado porque é quente,
E de
qualquer maneira que eu o sinta,
Assim,
porque assim o sinto, é que é meu dever senti-lo...
Dias de verão
No entardecer dos dias de Verão, às vezes,
Ainda que não haja brisa nenhuma, parece
Que passa, um momento, uma leve brisa...
Mas as árvores permanecem imóveis
Em todas as folhas das suas folhas
E os nossos sentidos tiveram uma ilusão,
Tiveram a ilusão do que lhes agradaria...
Ah!, os sentidos, os doentes que vêem e ouvem!
Fôssemos nós como devíamos ser
E não haveria em nós necessidade de ilusão...
Bastar-nos-ia sentir com clareza e vida
E nem repararmos para que há sentidos...
Mas Graças a Deus que há imperfeição no Mundo
Porque a imperfeição é uma coisa,
E haver gente que erra é original,
E haver gente doente torna o Mundo engraçado.
Se não houvesse imperfeição, havia uma coisa a menos,
E deve haver muita coisa
Para termos muito que ver e ouvir...
Dias de poesia
Começa já hoje, na Casa Fernando Pessoa, "Lisbos Revisited", um programa de conversas e leituras, com poetas de diferentes lugares. Podes saber mais aqui.
segunda-feira, 11 de junho de 2018
As amoras de verão
As amoras
O meu país sabe às amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.
O meu país sabe às amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.
O poema é de Eugénio de Andrade e a pintura de Myles Birket Foster.
Escritor desaparecido
Escrevia sobre o mundo dos restaurantes de forma irreverente, com verve e bom humor. Era também o cozinheiro que achava que a cozinha simples era muitas vezes
a melhor.
quinta-feira, 7 de junho de 2018
Festival Literário Internacional do Interior
É já na próxima semana o Festival Literário Internacional do Interior, em regiões afetadas pelos fogos de 2017.
Podes saber mais aqui.
Podes saber mais aqui.
Água cega
Levarás pela mão
o menino até o rio.
Dir-lhe-ás que a água é cega e surda.
Muda, não. Que o digam os peixes,
que em silencio com ela
sustentam seu diálogo líquido,
de líquidas sílabas
de submersas vogais.
A imagem é do pintor holandês Ralf Heynen e o poema é de Albano Martins, poeta falecido ontem.
Dir-lhe-ás que a água é cega e surda.
Muda, não. Que o digam os peixes,
que em silencio com ela
sustentam seu diálogo líquido,
de líquidas sílabas
de submersas vogais.
A imagem é do pintor holandês Ralf Heynen e o poema é de Albano Martins, poeta falecido ontem.
segunda-feira, 4 de junho de 2018
É preciso fazer um desenho?
A Festa da Ilustração de Setúbal 2018 já começou. Há várias exposições para ver. Podes saber mais sobre os artistas deste evento aqui.
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