Os anos passam banais
pela roda dos Natais
lavrando sulcos de saudade
as imagens sem idade
vão perdendo nitidez
os olhos dos que ficaram
estão gastos e cansados
talvez
fosse melhor guardar
os rostos precários
os presépios o musgo da infância
para não se perderem
de vez
no limbo da distância.
Poema de Fernando Paulouro Neves, lido aqui, com imagem do pintor dinamarquês Viggo Johansen (1851-1935).
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