Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.
Sim, vejo-o,
e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.
Amanhã, se
estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta.
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta.
As palavras são de Fernando Pessoa. A imagem é de Alexander Helwig Wyant, um pintor americano do séc. XIX.
Sem comentários:
Enviar um comentário