segunda-feira, 28 de abril de 2014
Ainda o 25 de Abril
A Hemeroteca Municipal de Lisboa disponibiliza um dossier sobre o 25 de Abril que podes consultar aqui.
domingo, 27 de abril de 2014
Morte de um poeta
quando eu morrer murmura esta canção
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.
quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz do nosso amor como se não
tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.
quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz do nosso amor como se não
tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.
sexta-feira, 25 de abril de 2014
Abril de Abril
Era um Abril
de amigo Abril de trigo
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.
Era um Abril
comigo Abril contigo
ainda só ardor e sem ardil
Abril sem adjectivo Abril de Abril.
ainda só ardor e sem ardil
Abril sem adjectivo Abril de Abril.
Era um Abril
na praça Abril de massas
era um Abril na rua Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.
era um Abril na rua Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.
Abril de
vinho e sonho em nossas taças
era um Abril de clava Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.
era um Abril de clava Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.
Era um Abril
viril Abril tão bravo
Abril de boca a abrir-se Abril palavra
esse Abril em que Abril se libertava.
Abril de boca a abrir-se Abril palavra
esse Abril em que Abril se libertava.
Era um Abril
de clava Abril de cravo
Abril de mão na mão e sem fantasmas
esse Abril em que Abril floriu nas armas.
Abril de mão na mão e sem fantasmas
esse Abril em que Abril floriu nas armas.
quinta-feira, 24 de abril de 2014
Trova do vento que passa
Pergunto ao
vento que passa
notícias do
meu país
e o vento
cala a desgraça
o vento nada
me diz.
Pergunto aos
rios que levam
tanto sonho
à flor das águas
e os rios
não me sossegam
levam sonhos
deixam mágoas.
Levam sonhos
deixam mágoas
ai rios do
meu país
minha pátria
à flor das águas
para onde
vais? Ninguém diz.
Se o verde
trevo desfolhas
pede
notícias e diz
ao trevo de
quatro folhas
que morro
por meu país.
Pergunto à
gente que passa
por que vai
de olhos no chão.
Silêncio --
é tudo o que tem
quem vive na
servidão.
Vi florir os
verdes ramos
direitos e
ao céu voltados.
E a quem
gosta de ter amos
vi sempre os
ombros curvados.
E o vento
não me diz nada
ninguém diz
nada de novo.
Vi minha
pátria pregada
nos braços
em cruz do povo.
Vi minha
pátria na margem
dos rios que
vão pró mar
como quem
ama a viagem
mas tem
sempre de ficar.
Vi navios a
partir
(minha
pátria à flor das águas)
vi minha
pátria florir
(verdes
folhas verdes mágoas).
Há quem te
queira ignorada
e fale
pátria em teu nome.
Eu vi-te
crucificada
nos braços
negros da fome.
E o vento
não me diz nada
só o
silêncio persiste.
Vi minha
pátria parada
à beira de
um rio triste.
Ninguém diz
nada de novo
se notícias
vou pedindo
nas mãos
vazias do povo
vi minha
pátria florindo.
E a noite
cresce por dentro
dos homens
do meu país.
Peço
notícias ao vento
e o vento
nada me diz.
Quatro
folhas tem o trevo
liberdade
quatro sílabas.
Não sabem
ler é verdade
aqueles pra
quem eu escrevo.
Mas há
sempre uma candeia
dentro da
própria desgraça
há sempre
alguém que semeia
canções no
vento que passa.
Mesmo na
noite mais triste
em tempo de
sevidão
há sempre
alguém que resiste
há sempre
alguém que diz não.
Portugal antes do 25 de Abril
A ditadura do Estado Novo vista por Abel Manta.
O fado...
Fátima e futebol...
O prisioneiro e a polícia...
Salazar...
quarta-feira, 23 de abril de 2014
Dia do livro
A Fnac celebra o dia mundial do livro com a oferta para download dos contos de Eça de Queiroz. Podes ver aqui.
Dia mundial do livro
Os livros são o alimento de juventude.
Palavras escritas há mais de 2000 anos em Roma, por Marco Túlio Cícero.
Palavras escritas há mais de 2000 anos em Roma, por Marco Túlio Cícero.
terça-feira, 22 de abril de 2014
Canção da Terra
Canção
Mínima
No mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta.
No mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta.
Poema de Cecília Meireles a propósito do Dia da Terra.
segunda-feira, 21 de abril de 2014
Ainda Gabriel
O jornal colombiano El Espectador tem um dossier especial sobre Gabriel García Márquez que podes ver aqui.
Imagens do passado
A British Pathé disponibiliza filmes dos seus arquivos do séc. XX no Youtube. Escolhemos este, o do primeiro telefone móvel...
domingo, 20 de abril de 2014
Domingo de Páscoa
Chamo-Te
porque tudo está ainda no princípio
E suportar é
o tempo mais comprido.
Peço-Te que
venhas e me dês a liberdade,
Que um só de
Teus olhares me purifique e acabe.
Há muitas
coisas que não quero ver.
Peço-Te que
sejas o presente.
Peço-Te que
inundes tudo.
E que o Teu
reino antes do tempo venha
E se derrame
sobre a Terra
Em Primavera
feroz precipitado.
Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen e pintura de Bramantino.
sábado, 19 de abril de 2014
Sábado de aleluia
Tu morreste
por nós na cruz da afronta
E o sangue derradeiro
Derramaste do alto do madeiro,
Jesus, filho de Deus, Deus Verdadeiro
Aos crimes do homem não lançaste a conta
Inocente cordeiro
Quando foste no alto do madeiro
Lavar com sangue o último e o primeiro.
E o sangue derradeiro
Derramaste do alto do madeiro,
Jesus, filho de Deus, Deus Verdadeiro
Aos crimes do homem não lançaste a conta
Inocente cordeiro
Quando foste no alto do madeiro
Lavar com sangue o último e o primeiro.
Poema de Almeida Garrett e pintura de Rogier van der Weyden.
sexta-feira, 18 de abril de 2014
Morte na cruz
O Último
Golpe de Lança
Quando Ele
enfim morrendo, Ele, o cordeiro,
rola mansa
no ar calado e imundo,
pendeu, bem
como um lírio moribundo,
sobre a
haste do trágico madeiro…
quando,
lançando o espirito profundo,
ao reino
belo, grande, verdadeiro.
caiu enfim
chagado, justiceiro,
ainda, ainda
perdoando ao mundo …
um soldado
romano vendo-o exposto,
e já morto
na Cruz, lívido o rosto,
com um golpe
de lança o trespassou.
Saiu daquela
chaga sangue e água:
— Sangue que
inda quis dar a tanta mágoa.
— Água de
pranto ainda que chorou.
Poema de Gomes Leal e pintura de Rogier van der Weyden.
quinta-feira, 17 de abril de 2014
Gabriel
La vida es la cosa mejor que se ha inventado.
A vida é a melhor coisa já inventada.
Gabriel García Márquez, 1927-2014.
A vida é a melhor coisa já inventada.
Gabriel García Márquez, 1927-2014.
quarta-feira, 16 de abril de 2014
Guardador de rebanhos
Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Poesia de Alberto Caeiro, "nascido" a 16 de Abril de 1889.
A pintura é de Silva Porto.
terça-feira, 15 de abril de 2014
A voz dos deuses
"Mas a voz dos deuses é que decide o destino dos homens, mesmo quando estes não lhe dão ouvidos."
As palavras são de João Aguiar que neste romance conta a história de Viriato e das suas lutas contra os Romanos.
As palavras são de João Aguiar que neste romance conta a história de Viriato e das suas lutas contra os Romanos.
segunda-feira, 14 de abril de 2014
quarta-feira, 2 de abril de 2014
terça-feira, 1 de abril de 2014
Sopa de letras
Era uma vez um menino
que não queria sopa de letras.
Podiam lá estar coisas bonitas escritas,
mas para ele era tudo tretas...
Assim começa o poema "A sopa de letras" de Manuel António Pina, tirado do livro "O pássaro da cabeça e mais versos para crianças". Mais uma novidade que encontras na BE!
A imagem é do pintor francês Fernand Léger.
que não queria sopa de letras.
Podiam lá estar coisas bonitas escritas,
mas para ele era tudo tretas...
Assim começa o poema "A sopa de letras" de Manuel António Pina, tirado do livro "O pássaro da cabeça e mais versos para crianças". Mais uma novidade que encontras na BE!
A imagem é do pintor francês Fernand Léger.
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