O Último
Golpe de Lança
Quando Ele
enfim morrendo, Ele, o cordeiro,
rola mansa
no ar calado e imundo,
pendeu, bem
como um lírio moribundo,
sobre a
haste do trágico madeiro…
quando,
lançando o espirito profundo,
ao reino
belo, grande, verdadeiro.
caiu enfim
chagado, justiceiro,
ainda, ainda
perdoando ao mundo …
um soldado
romano vendo-o exposto,
e já morto
na Cruz, lívido o rosto,
com um golpe
de lança o trespassou.
Saiu daquela
chaga sangue e água:
— Sangue que
inda quis dar a tanta mágoa.
— Água de
pranto ainda que chorou.
Poema de Gomes Leal e pintura de Rogier van der Weyden.
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